Fique de olho em algumas situações inesperadas que podem atrapalhar o sonho de erguer uma casa e saiba como fugir delas.
Para fazer esta reportagem, pedimos a alguns leitores que relatassem os principais imprevistos que tiveram em suas construções - desde a compra do terreno até a colocação dos revestimentos. Problemas que nunca passam pela cabeça de quem é marinheiro de primeira viagem, como entraves com a documentação do terreno, com a mão-de-obra ou a compra de materiais. Montamos então este roteiro que serve como prevenção a quem está entrando de corpo e alma na obra. (Extraída da revista A&C) Vou Dividi-lá em três partes para não ficar cansativo.
1. MUDANÇAS NO PERFIL DA REGIÃO
Tudo começa com a compra do lote. Muita gente adquire a área e só depois descobre que há restrições para levantar a casa no local - como certos recuos estabelecidos pela prefeitura da cidade. Mudanças na lei de zoneamento também podem pegar o comprador desprevenido, transformando uma área estritamente residencial num lugar repleto de pontos comerciais e edifícios altos.
PREPARE-SE: antes de adquirir o terreno, informe-se na prefeitura sobre as normas para a construção na região. Pergunte sobre os recuos estabelecidos - nas partes laterais, na frontal e no fundo - e tenha a dimensão correta do que pode construir ali. Na prefeitura, você obtém ainda informações sobre possíveis mudanças na lei de zoneamento de sua cidade. Vale ver também se o lote está numa área de proteção ambiental, caso em que costuma haver uma série de limitações para o projeto.
2. INFRA-ESTRUTURA É PRECÁRIA NO LOCAL
Energia elétrica e rede de água e esgoto são essenciais se você quer contar com esses confortos durante e depois da construção. Mas nem sempre elas estão disponíveis. Providenciar isso pode demandar um tempo incalculável.
PREPARE-SE: antes mesmo de comprar um lote, consulte os vizinhos e as empresas de água, energia elétrica e rede de esgoto sobre o fornecimento desses serviços no local. Se houver redes disponíveis na rua, você poderá pedir às empresas responsáveis uma ligação para sua casa. Se não estiver disponível na rua, mas sim na região, é possível requerer uma extensão. De qualquer forma, o importante é saber os prazos para que isso aconteça. Quando o assunto é energia elétrica, há muitas regiões do país excluídas do fornecimento. O governo federal pretende prover 2 milhões de residências rurais e 500 mil nas periferias urbanas (Programa Luz para Todos) até 2008 (veja se sua área de interesse está nesse planejamento). Se não houver possibilidade de contar com todos esses serviços públicos, você terá que procurar alternativas, corno fossas, poços artesianos e geradores de energia, que poderão viabilizar ou não sua construção. No caso do gás, se não existe rede na sua rua, há os botijões corno opção, que abastecem até geladeiras.
3. PROBLEMAS NA RELAÇÃO COM O ARQUITETO
Às vezes se escolhe um profissional, mas infelizmente não rola sintonia de idéias. A situação chega a um impasse.
PREPARE-SE: antes de fechar com o arquiteto, estude seu currículo, visite as obras que-e1e- fez, converse com clientes- e verifique se o trabalho dele bate com suas expectativas. E procure ser flexível. Um profissional tem um olhar treinado para encontrar soluções mais eficientes, que um leigo muitas vezes nem imaginava. "As duas partes não podem ser radicais. O cliente não pode vir com o projeto pronto e acabado e o profissional não pode ser irredutível nas suas idéias", diz Gilberto Belleza, vice-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB). Caso não haja mesmo compatibilidade com o arquiteto, procure outro. Mas, se isso ocorrer no meio da obra, tenha um contrato com ele assinado desde o começo prevendo o que será feito em caso de desistência.
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