4. DESEMBOLSO COM PROJETOS COMPLEMENTARES
Se você conta só em gastar com o projeto arquitetônico e estrutural, saiba que não dá para abrir mão do projeto de elétrica (que vai determinar os pontos de eletricidade da casa), de hidráulica (os pontos de água) e de esgoto.
PREPARE-SE: reserve cerca de 5% do custo da obra para esses projetos, que serão feitos por engenheiros. Em geral, eles são subcontratados pelo arquiteto. "Apesar do gasto extra, ao longo do tempo eles se pagam, pois, além de proporcionar segurança, farão sua casa funcionar melhor e ter menos manutenção", afirma Carlos Verna, professor da Universidade Metodista de Piracicaba (Unirnep). O arquiteto tem de dialogar com esses engenheiros para que não haja incompatibilidade entre os projetos.
5. TOPOGRAFIA E SOLO COMPLICADOS
Eis uma situação mais freqüente do que se pensa: ao começar a construção, você encontra debaixo da superfície do solo um lençol freático ou uma pedra, por exemplo. Isso atrasa o cronograma e o obriga a rever todo o projeto e custo.
PREPARE-SE: antes de iniciar a obra, faça o levantamento topográfico e a sondagem do terreno. Ela determina a capacidade do terreno de suportar cargas. O levantamento topográfico, o formato e a inclinação. "Essas informações são essenciais para o projeto", diz Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, professor do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Universidade de São Paulo (USP). O custo deles, juntos, é de 3% a 5% do valor total do orçamento. É pouco, comparado à dor de cabeça que se pode ter depois. "Se houver um lençol freático no nível do solo, será necessária uma drenagem para evitar rachaduras que comprometam a estrutura", fala Ubiraci.
6. DIFICULDADES PARA TIRAR O ALVARÁ
Um fiscal da prefeitura aparece e manda interromper a obra. Além de você pagar uma multa, os trabalhos são paralisados por falhas na documentação.
PREPARE-SE: para tirar o alvará, é preciso apresentar o projeto, o IPTU quitado, a escritura do terreno e outros documentos, além do pagamento de taxas. O projeto deve respeitar as legislações federal, estadual e municipal. Para não se enroscar na papelada, delegue a tarefa ao arquiteto ou ao engenheiro civil responsável, que organizará os documentos (isso pode ser ou não incluído no pacote do projeto, conforme negociação com o profissional).
7. ONDA DE ATRASOS DEVIDO A MUDANÇAS NO PROJETO
No meio da construção, muitas pessoas alteram o que já estava definido. As etapas começam a se encavalar, vêm os atrasos e o orçamento estoura.
PREPARE-SE: o custo da obra está diretamente ligado à metragem quadrada do que se quer construir. Por isso, é importante transmitir ao arquiteto ou engenheiro exatamente aquilo que se quer e quanto se pode gastar. Com base nessas informações, o profissional elabora o projeto detalhado, o cronograma e o orçamento. Da alvenaria ao revestimento, tudo deve estar discriminado com dimensões especificadas. Assim, as tarefas seguirão uma ordem lógica. "A pior coisa é mudar o projeto no meio da obra. Encarece o trabalho e demora mais. Como todas as etapas estão amarradas, quando você mexe num ponto, gera conseqüências em todo o resto", afirma Belleza.
8. A AUTOGESTÃO NÃO DEU CERTO
Para economizar, é comum o proprietário gerenciar os trabalhos ou delegar essa função ao mestre-de-obras. No entanto, surgem problemas que não dá para resolver sozinho. Mais atraso no cronograma e gastos fora do controle.
PREPARE-SE: contrate um arquiteto ou engenheiro civil para gerenciar e fiscalizar a empreitada. Ele vai checar se o cronograma e o projeto estão sendo cumpridos. Somente um profissional especializado e com experiência terá condições de ler o projeto e executá-la da melhor maneira possível, sabendo como resolver os problemas que podem aparecer ao longo do caminho.
9. MÃO-DE-OBRA ABAIXO DA EXPECTATIVA
Muitas reclamações dizem respeito à qualidade do serviço. Os pedreiros são desleixados, não fazem o que lhes foi pedido e demoram a executar as tarefas. Você faz o pagamento adiantado e eles desaparecem.
PREPARE-SE: pesquise antes de contratar a mão-de-obra. Verifique se não há dívidas pendentes ou reclamações contra a empreiteira em órgãos como o PROCON e o Serasa. Se for contratar diretamente os trabalhadores (pedreiro, eletricista, marceneiro, encanador), procure a indicação de quem já utilizou os serviços. Faça um contrato, seja com empreiteira, seja com funcionários autônomos - registre-os e pague os impostos devidos, evitando ação trabalhista no futuro (parte do valor poderá ser abatida na declaração de imposto de renda). Coloque cláusulas para se proteger de eventuais problemas de execução. Da empreiteira, exija nota fiscal. Não pague a mão-de-obra adiantada, pois um mau profissional, ao receber o pagamento, vai sumir antes de terminar o serviço.
10. O MATERIAL QUE RECEBI NÃO É O QUE COMPREI
Ao verificar a quantidade e os valores, percebe-se que eles não batem com o que você adquiriu. A data também não foi cumprida.
PREPARE-SE: se não puder estar no local para receber o produto, oriente o mestre-de-obras, o pedreiro ou um parente para verificar cada item, a quantidade e os valores. Se a pessoa detectar diferenças, não deverá assinar o recebimento nem ficar com o produto. No verso da nota fiscal, deverá anotar as irregularidades. Peça à loja a substituição ou complementação do produto ou a restituição do pagamento. Não solucionando o problema, retorna ao Procon de sua cidade.
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