segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dá para previnir II

4.        DESEMBOLSO COM PROJETOS COMPLEMENTARES
Se você conta só em gastar com o projeto arquitetônico e estrutural, saiba que não dá para abrir mão do projeto de elétrica (que vai determinar os pon­tos de eletricidade da casa), de hidráulica (os pontos de água) e de esgoto.
PREPARE-SE: reserve cerca de 5% do custo da obra para esses projetos, que serão feitos por engenheiros. Em geral, eles são subcontratados pelo arqui­teto. "Apesar do gasto extra, ao longo do tempo eles se pagam, pois, além de proporcionar segurança, farão sua casa funcionar melhor e ter menos manutenção", afirma Carlos Verna, professor da Universidade Metodista de Piracicaba (Unirnep). O arquiteto tem de dialogar com esses engenheiros para que não haja incompatibilidade entre os projetos.

5.        TOPOGRAFIA E SOLO COMPLICADOS
Eis uma situação mais freqüente do que se pensa: ao começar a construção, você encontra debaixo da superfície do solo um lençol freático ou uma pedra, por exemplo. Isso atrasa o cronograma e o obriga a rever todo o projeto e custo.
PREPARE-SE: antes de iniciar a obra, faça o levantamento topográfico e a sondagem do terreno. Ela determina a capacidade do terreno de suportar car­gas. O levantamento topográfico, o formato e a inclinação. "Essas informa­ções são essenciais para o projeto", diz Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, professor do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Universi­dade de São Paulo (USP). O custo deles, juntos, é de 3% a 5% do valor total do orçamento. É pouco, comparado à dor de cabeça que se pode ter depois. "Se houver um lençol freático no nível do solo, será necessária uma drena­gem para evitar rachaduras que comprometam a estrutura", fala Ubiraci.

6.        DIFICULDADES PARA TIRAR O ALVARÁ
Um fiscal da prefeitura aparece e manda interromper a obra. Além de você pagar uma multa, os trabalhos são paralisados por falhas na documentação.
PREPARE-SE: para tirar o alvará, é preciso apresentar o projeto, o IPTU qui­tado, a escritura do terreno e outros documentos, além do pagamento de taxas. O projeto deve respeitar as legislações federal, estadual e municipal. Para não se enroscar na papelada, delegue a tarefa ao arquiteto ou ao enge­nheiro civil responsável, que organizará os documentos (isso pode ser ou não incluído no pacote do projeto, conforme negociação com o profissional).

7.        ONDA DE ATRASOS DEVIDO A MUDANÇAS NO PROJETO
No meio da construção, muitas pessoas alteram o que já estava definido. As etapas começam a se encavalar, vêm os atrasos e o orçamento estoura.
PREPARE-SE: o custo da obra está diretamente ligado à metragem quadrada do que se quer construir. Por isso, é importante transmitir ao arquiteto ou engenheiro exatamente aquilo que se quer e quanto se pode gastar. Com base nessas informações, o profissional elabora o projeto detalhado, o cronograma e o orçamento. Da alvenaria ao revestimento, tudo deve estar discriminado com dimensões especificadas. Assim, as tarefas seguirão uma ordem lógica. "A pior coisa é mudar o projeto no meio da obra. Encarece o trabalho e demora mais. Como todas as etapas estão amarradas, quando você mexe num ponto, gera conseqüências em todo o resto", afirma Belleza.

8.        A AUTOGESTÃO NÃO DEU CERTO
Para economizar, é comum o proprietário gerenciar os trabalhos ou delegar essa função ao mestre-de-obras. No entanto, surgem problemas que não dá para resolver sozinho. Mais atraso no cronograma e gastos fora do controle.
PREPARE-SE: contrate um arquiteto ou engenheiro civil para gerenciar e fis­calizar a empreitada. Ele vai checar se o cronograma e o projeto estão sendo cumpridos. Somente um profissional especializado e com experiência terá condições de ler o projeto e executá-la da melhor maneira possível, sabendo como resolver os problemas que podem aparecer ao longo do caminho.

9.        MÃO-DE-OBRA ABAIXO DA EXPECTATIVA
Muitas reclamações dizem respeito à qualidade do serviço. Os pedreiros são desleixados, não fazem o que lhes foi pedido e demoram a executar as tare­fas. Você faz o pagamento adiantado e eles desaparecem.
PREPARE-SE: pesquise antes de contratar a mão-de-obra. Verifique se não há dívidas pendentes ou reclamações contra a empreiteira em órgãos como o PROCON e o Serasa. Se for contratar diretamente os trabalhadores (pedrei­ro, eletricista, marceneiro, encanador), procure a indicação de quem já uti­lizou os serviços. Faça um contrato, seja com empreiteira, seja com funcio­nários autônomos - registre-os e pague os impostos devidos, evitando ação trabalhista no futuro (parte do valor poderá ser abatida na declaração de imposto de renda). Coloque cláusulas para se proteger de eventuais proble­mas de execução. Da empreiteira, exija nota fiscal. Não pague a mão-de­-obra adiantada, pois um mau profissional, ao receber o pagamento, vai sumir antes de terminar o serviço.

10.        O MATERIAL QUE RECEBI NÃO É O QUE COMPREI
Ao verificar a quantidade e os valores, percebe-se que eles não batem com o que você adquiriu. A data também não foi cumprida.
PREPARE-SE: se não puder estar no local para receber o produto, oriente o mestre-de-obras, o pedreiro ou um parente para verificar cada item, a quan­tidade e os valores. Se a pessoa detectar diferenças, não deverá assinar o recebimento nem ficar com o produto. No verso da nota fiscal, deverá ano­tar as irregularidades. Peça à loja a substituição ou complementação do pro­duto ou a restituição do pagamento. Não solucionando o problema, retorna ao Procon de sua cidade.

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